Meu filho é seletivo para comer: o que fazer quando já tentamos de tudo?

Quando a seletividade alimentar persiste, é hora de buscar ajuda especializada!

Se o seu filho recusa alimentos há semanas ou meses, e todas as tentativas caseiras — receitas novas, esconder legumes ou até “negociações” — não surtiram efeito, saiba que você não está sozinho. A seletividade alimentar infantil é mais comum do que se imagina, e existem tratamentos baseados em evidências que podem ajudar a transformar essa realidade.

Estudos clínicos demonstram que abordagens terapêuticas combinando estratégias sensoriais, motoras orais e comportamentais são eficazes para reduzir a recusa alimentar, melhorar o comportamento à mesa e tornar a refeição um momento mais tranquilo para toda a família.

Etapas da avaliação e tratamento da seletividade alimentar com fonoaudiólogo:

Avaliação completa

O processo começa com uma análise detalhada do histórico médico, nutricional e comportamental da criança. O fonoaudiólogo irá observar refeições, avaliar a motricidade oral (mastigação, formação do bolo alimentar, deglutição) e realizar testes sensoriais — importantes para identificar hipersensibilidades alimentares como aversão a texturas, cheiros e cores dos alimentos.

Essa avaliação é multidisciplinar: se necessário, o profissional articula com pediatra, nutricionista, terapeuta ocupacional e psicólogo infantil. A ASHA (American Speech Language-Hearing Association) recomenda essa abordagem integrada para casos de seletividade persistente.

Plano terapêutico

Com base na avaliação, é estruturado um plano personalizado que pode incluir:

  • Exercícios para mastigação e controle oral

  • Técnicas de dessensibilização sensorial

  • Estratégias comportamentais como reforço positivo, exposição gradual e food chaining (cadeia de alimentos semelhantes)

Revisões científicas publicadas no PubMed indicam que o uso combinado dessas abordagens tem maior eficácia do que métodos isolados.

Participação da família

O sucesso do tratamento depende do engajamento dos pais e cuidadores. Por isso, a orientação familiar é essencial: o fonoaudiólogo ensina como aplicar estratégias no dia a dia, estabelecer uma rotina alimentar estruturada, e reduzir conflitos à mesa.

A criança aprende nos ambientes em que mais convive — por isso, aplicar as técnicas em casa acelera os resultados e promove generalização dos ganhos.

Segurança alimentar e acompanhamento

Em casos mais complexos, como suspeita de aspiração alimentar ou deficiências nutricionais, podem ser solicitados exames como videofluoroscopia ou FEES. O objetivo é garantir que a criança se alimente com segurança, prazer e progresso nutricional.

Você sente que já tentou de tudo? Saiba que existe um caminho mais leve

Se a hora da refeição virou um campo de batalha e a seletividade alimentar está afetando o bem-estar da sua família, agendar uma avaliação fonoaudiológica pode ser o primeiro passo para transformar essa experiência.

Com um plano baseado em evidências, você terá o suporte necessário para reduzir a recusa alimentar, melhorar a variedade da dieta e trazer mais leveza para a rotina. Vamos juntos construir um novo olhar para a alimentação do seu filho.

Fga. Larissa Assis

Fonoaudióloga graduada pela UNIFESP. Tem experiência em avaliação, reabilitação e prevenção na área de linguagem infantil. Além de casos de recusa e seletividade alimentar e seus impactos na rotina familiar.

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