APRAXIA DE FALA NA INFÂNCIA
A Apraxia de Fala na Infância (AFI) é um diagnóstico relacionado aos aspectos motores de fala. Por tratar-se de um diagnóstico complexo, é necessário a busca por um profissional extremamente capacitado e conhecedor do assunto.
Vamos falar melhor sobre?
A apraxia é um distúrbio motor da fala, e tem como característica a dificuldade de programação e planejamento dos movimentos motores da fala, principalmente quando estes estão em sequência, resultando no erro da produção dos sons (Hall, 2007). Isto é, a complexidade articulatória dos sons de fala favorece e induz o erro.
As manifestações clínicas em sua grande maioria estão relacionadas aos aspectos motores e sensoriais. E estas aparecem desde o início do desenvolvimento. Quando bebes, são considerados quietos, que balbuciam pouco, e quando crescem apresentam repertório limitado de vogais e de consoantes. Além disso, o principalmente marco é a dificuldade do controle dos órgãos fonoarticulatórios.
Os erros durante as tentativas de emissão são variados, o que torna a fala de difícil compreensão; A criança pode ficar procurando o ponto articulatório das palavras, por exemplo, ao falar “gato” pode falar “cato”, “lato”, “tato” até emitir a palavra alvo. Além disso, pode ser notado atraso no aparecimento das primeiras palavras e a instabilidade na produção da fala, sendo inconsistente, ou seja, tem dia que está melhor e dia que está pior. Ademais, apresentam também outras dificuldades, como para se alimentar, mastigar, se vestir, para subir escadas, correr, andar de bicicleta, entre outras alterações motoras.
O profissional qualificado para dar este diagnóstico é o Fonoaudiólogo, com experiência nesta área. O encaminhamento e acompanhamento com outros profissionais (Psicólogos, Neuropediatras) também pode ser essencial. Os profissionais devem ser cuidadosos e detalhistas. As Crianças com AFI necessitam de atendimento terapêutico individual, e os resultados podem ser obtidos a longo-prazo.
Tratamento
O tratamento é individual e busca fornecer suporte no ponto de maior dificuldade da criança. Geralmente, o ideal é que o profissional tenha formação em PROMPT, DTTC, e/ou ReST. Estas são técnicas que favorecem o ganho terapêutico, contudo, em alguns casos são necessários vias alternativas, e isto sera delineado em conjunto com fonoaudiólogo responsável.
Fga. Me. Heloisa Gonçalves
Fonoaudióloga formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana (2019) e doutorado em andamento no programa de Distúrbios da Comunicação Humana da UNIFESP - Escola Paulista de Medicina. Além disso, tem experiência nas alterações de fala infantil, como: Apraxia de Fala na Infância, Autismo, Comunicação Alternativa (PECS), Atraso na Fala e Transtornos no Desenvolvimento de Fala e Linguagem. Ainda, atua com treinamento e orientação parental e estimulação precoce. Em 2020, participou da escrita de capítulo do livro da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: Estratégia e orientações em linguagem: um guia em tempos de COVID 19.