Dificuldade de Aprender na Infância: Entenda os Impactos na Autoestima

Setembro Amarelo é o mês de conscientização sobre a saúde mental — e isso também inclui o bem-estar emocional das crianças. Quando pensamos em infância, é essencial lembrar que a escola ocupa um espaço central na rotina e no desenvolvimento infantil. É nesse ambiente que muitas crianças enfrentam suas primeiras grandes experiências sociais e cognitivas.

Para algumas delas, no entanto, a sala de aula pode se tornar um lugar desafiador. Dificuldades de aprendizagem, como dislexia, TDAH ou problemas na alfabetização, podem causar frustração e afetar diretamente a autoestima infantil. Quando a criança percebe que tem mais dificuldade para ler, escrever ou acompanhar o ritmo da turma, ela pode se sentir menos capaz, alimentando pensamentos de inferioridade.

 

Essa comparação constante com colegas pode gerar sentimentos de inadequação, fracasso e insegurança. Ao longo do tempo, é comum surgirem sinais de baixa autoestima, desmotivação para os estudos e até comportamentos de recusa escolar. Esses impactos emocionais não devem ser ignorados, pois podem interferir não só no desempenho acadêmico, mas também no desenvolvimento emocional e social da criança.

Mas como os adultos podem ajudar?

A psicologia comportamental orienta que o foco deve estar mais no processo de aprendizagem do que nos resultados imediatos. Valorizar o esforço, reconhecer pequenas conquistas e celebrar avanços individuais são atitudes que fortalecem a autoconfiança e o senso de competência da criança.

Além disso, é fundamental evitar rótulos como “preguiçoso” ou “desatento”, que apenas reforçam a percepção negativa que a criança pode ter de si mesma. Se os sinais de dificuldade persistirem, buscar apoio especializado com psicopedagogos, psicólogos infantis ou neurologistas é um passo essencial para um diagnóstico preciso e uma intervenção eficaz.

Cuidar da saúde emocional das crianças também é uma forma de prevenção. Ao oferecer suporte durante os desafios de aprendizagem, o adulto promove um ambiente seguro, acolhedor e motivador. Isso não só ajuda a criança a desenvolver suas habilidades cognitivas, mas também contribui para a construção de uma autoestima saudável e duradoura.

Psico. Gabrielli Reboredo

Psicóloga infantil com experiência em alterações comportamentais que impactam o desempenho escolar.

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