Relação da Linguagem com o Manejo Comportamental

Relação da linguagem com a desregulação e desorganização das crianças 

A linguagem tem uma relação importante com a autorregulação e a desregulação das crianças. Quando a criança não é capaz de expressar suas necessidades, sentimentos e emoções de forma adequada, pode acabar se desorganizando emocionalmente e apresentando comportamentos disfuncionais.

Por exemplo, uma criança que ainda não desenvolveu plenamente suas habilidades de comunicação e expressão pode ficar frustrada por não conseguir se fazer entender ou atender às suas necessidades. Essa frustração pode levar a comportamentos agressivos, como bater ou morder, ou a comportamentos passivos, como chorar ou se isolar. 

Sendo assim, é extremamente importante fornecer capacidade linguística e trabalhar isso em sessão, para que a criança reconheça a comunicação como forma efetiva de alcançar o que ela deseja. Caso contrário, a tendência a frustrações será maior. O reconhecimento do outro como interlocutor favorece principalmente as habilidades de linguagem que são precursoras do desenvolvimento de autonomia, incluindo a autorregulação. 

Por outro lado, quando a criança é capaz de se comunicar de forma adequada e expressar suas emoções, ela tem mais facilidade em regular seu comportamento e lidar com situações desafiadoras. A linguagem, portanto, é fundamental para a autorregulação emocional e comportamental. 

É importante ressaltar que nem sempre a falta de habilidades de linguagem é a única causa da desregulação e desorganização das crianças. Outros fatores, como a falta de habilidades sociais, a baixa autoestima e o estresse podem contribuir para o comportamento disfuncional. Por isso, é importante que o manejo comportamental e a autorregulação sejam abordados de forma integrada e multidisciplinar, envolvendo profissionais como psicólogos, pediatras, terapeutas ocupacionais, entre outros.

Carolina Conte

Carolina Conte

Psicóloga Infantil com ênfase em psicanalise infantil. Além disso, tem formação em acompanhamento interdisciplinar na primeira infância e Intervenção ABA aplicada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) .